Saudade da minha varanda.
Com cadeiras de balanço,
Jardim de flores e samambaias.
Uma brisa que brota não sei de onde
E passeia pelas manhãs de minha varanda
Dizendo - Bom dia!
Uma rede bordada de lembranças
espera-nos acalentar,
Enquanto distraidamente cai os pingos da chuva
Que alguma nuvem deixou escapar.
Adoro ver da minha varanda
E não me farto de olhar,
As serras verdes de minha infãncia,
Derramando caudalosas cachoeiras,
Exalando o oloroso mistério que alí habita...
E no baixar de olhos,
Ver que ainda brincam na calçada
Os meninos com sua bola de meias velhas costuradas,
Cantarolando as mesmas cantigas
Que um dia ouví cantar.
Não tenho muros em minha varanda,
Somos completamente parte
Da antiga cidade em meio aos montes.
E quando cantam os passarinhos pelos vales,
Também cantam em minha varanda,
E quando acendem-se os vaga-lumes pelas matas,
Nos iluminam a mim e à minha varanda.
Saudade da minha varanda...
Saudade dos meus amores.
Montevideo (No navio)
20.02.08
2 comentários:
Tambem, as vezes..., sinto saudades da minha varanda.
Tão linda e livre. Tão imaginária quanto os meus proprios sonhos.
Tão real que as vezes eu a confundo com eu mesmo....
Adorei a poesia.
Saudade de ouvir o Zé cantar...
rs
Beijo.
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